quinta-feira, 24 de março de 2011

O GATO DO TEATRO

http://www.early-sarah-brightman.com


“Now, these kittens, they do not get trained
As we did in the days when Victoria reigned.”

“Gus: The Theater Cat” (T.S. Eliot)



Já nada é como dantes. Os gatinhos não têm o treino dos tempos em que reinava Victória. O gato de Eliot é saudosista e não compreende as novas gerações. Mas, com a melhor boa-fé, apenas segue as pisadas dos que o antecederam.

Não há nada de mais expectável do que ver os jovens das redes sociais, do surf da praia ou da Internet a dizer, daqui a uns anos, que este tempo é que era e que os novos bichanos não receberam o treino.

Mas há uma novidade debaixo do sol, que é produto da velocidade com que o nosso mundo se transforma. Dantes, a nova cultura distinguia-se bem da antiga, os gostos de pais e filhos confirmavam uns e outros na sua diferença. Já não é mais assim. Descontado o factor da idade, as distinções duram tão pouco que a cultura antiga e a nova se sobrepõem. O novo é o emblema já não duma geração, mas do tempo em que se adere a um modelo tão efémero como o duma versão do software.

0 comentários: