"A necessidade de pensar só pode ser satisfeita através do pensamento, e os pensamentos que eu ontem pensei só continuarão a poder satisfazê-la hoje, na medida em que me seja possível pensá-los de novo."
"Responsabilidade e Juízo" (Hannah Arendt)
Nem todos sentem essa necessidade, ao que parece, como o comprova o caso de Eichmann e de outros como ele. Que não são más pessoas no seu coração, mas que podem agir como uma força maléfica por incapacidade de se julgarem, por falta, precisamente, desse diálogo de si consigo mesmo que é o pensamento e que os leva a agirem como autómatos no "cumprimento de ordens".
Mas como diz Hannah Arendt, o que se pensou no passado só existe se de novo o pensarmos, e essa necessidade de pensar pode secar como uma fonte.
Este estiolar-se do diálogo íntimo faz-se anunciar pelas certezas que muitas vezes com a idade ou com os compromissos, vêm poisar uma a uma nos fios eléctricos, como no filme "Os pássaros".
E uma bela manhã, a paisagem fica transtornada.
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