"Leaving Las Vegas" (1995-Mike Figgis) é uma história sobre beber até à morte, que faz de "Lost Weekend" (1945-Billy Wilder) e do delirium tremens de Ray Milland um caso de simples fraqueza humana.
Não percebemos por que escolheu a personagem de Nicholas Cage, contra tudo e contra todos, essa maneira de morrer. Mas desde o princípio, sabemos que não há qualquer esperança. E até aquela cidade irreal se torna como que a metáfora de uma eutanásia.
O seu encontro com a hooker (Elisabeth Shue) é um breve agarrar-se a dois à tábua do naufrágio. Quando questiona a razão de o querer assistir no suicídio, ela responde que, na verdade, está a usá-lo.
Afinal a vontade de sofrer não é incompatível com a instrumentalização do outro.
E é essa impotência do amor que dá a este filme uma fosforescência quase apocalíptica.
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