Convento do Carmo (Lisboa)
Voltei ao convento do Carmo, para o ver com a cara nova.
Depois da nave a céu aberto, o museu reúne no seu pequeno espaço algumas curiosidades (as múmias peruanas do século XVI) e verdadeiros tesouros, como o sarcófago de D. Fernando, com o seu buraco na tampa, por onde já Garrett enfiara o braço ("Viagens na minha terra"), e que devia pertencer, por direito, à bela igreja da Graça, de Santarém, se não fosse a famigerada macrocefalia do país.
Uma réplica, em madeira, do túmulo do Condestável, calvo como o conhecemos das gravuras e com um cartapácio debaixo do braço (como a compensar as façanhas militares), a qual foi encomendada pela sua 4ª neta, duquesa de Borgonha, para substituir o original, entretanto, destruído.
E uma pedra de armas (dos Sousas do Prado), também do século XVI, aproveitando no seu reverso um baixo relevo da religião hinduísta. Mais do que duas religiões ou culturas acavaladas, uma delas começando por servir de moldura ou suporte da outra, com o tempo, que relativizou ambas, temos um objecto híbrido, que vale o mesmo nas suas duas faces.
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