terça-feira, 3 de janeiro de 2006

ESTRIDÊNCIAS

Em Serralves, visitei a Casa, tão e vazia e luminosa, com as suas vistas para os jardins e os seus ornamentos "art nouveau".

E em todo esse espaço uma exposição doente de pós-modernidade.

Numa das salas, a artista escreveu alguns textos sobre o hábito que uma imagem comentava.

Esses objectos híbridos reclamavam mais atenção ( ou uma atenção de outro tipo ) do que o visitante vinha preparado para lhe conceder. Com efeito, sem ler os textos, aliás interessantes, os quadros (?) perdiam todo o significado.

Acredito que a maioria saia do edifício com um juízo sumário.

Sabemos que a arte moderna está de costas voltadas para a sensibilidade do público e que segue o seu próprio impulso, sem contas a prestar, como deve ser.

Mas não seria possível fazer daquela Casa o outro pólo do museu de arte contemporânea, com uma colecção permanente digna daquela arquitectura?

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