Martin Heidegger |
Com o termo "unbezüglichkeit",
Heidegger parece querer designar o carácter não relacional da existência
autêntica. Por outras palavras, estaríamos a falar do estado de
"fusão", em que todas as coordenadas se perdem na experiência do Ser.
A palavra, assim traduzida, perde todo
o seu poder teórico e quase se confunde com o nirvana de algumas religiões
indianas.
Tal como uma palavra em grego
transporta o halo daquela civilização que a distingue de qualquer prosaísmo, o
alemão deste filósofo parece querer dizer muito mais do que o que diz,
subtraindo-se ao destino da linguagem corrente.
Talvez sejam necessárias estas
palavras com estatuto. Não há ordem esotérica que as dispense. E nos dias que
passam já nos acostumamos a toda uma classe de técnicos, muito dada a profecias
(refiro-me, claro, aos economistas), vir a público trocar o seu "unbezüglichkeit"
por miúdos.
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