Robespierre |
"A
virtude esteve sempre em minoria nesta terra."
(Robespierre,
a propósito das tergiversações sobre o processo do rei)
Naquela boca, é, evidentemente, uma
profissão de fé anti-democrática. A minoria devia não só deter o poder, como
sempre aconteceu, mas, igualmente, ter o exclusivo da virtude.
É verdade que a virtude, tanto quanto
a sabedoria, por exemplo, não são apanágio do grande número. Mas a razão por
que a democracia, mesmo assim, deve preferir a "mediocridade" é a
necessidade de se defender de todas as ditaduras, incluída a
"esclarecida", que rapidamente deixa de o ser, mesmo se começou com
um bom motivo.
A longo prazo, as consequências duma
má escolha da maioria são sempre menos prejudiciais do que as do poder sem
controle entregue a uns poucos. Estes, defenderão sempre os seus interesses em
prejuízo da maioria. Esta, se se enganou, rectificará o seu erro na primeira
oportunidade. O melhor regime será, assim, aquele que mais oportunidades criar
de ajustar a política que serve a maioria contra os abusos de uns poucos.
Hitler sabia disso. Depois de ganhar
as eleições, mais ou menos livres, preocupou-se logo de seguida em silenciar as
vozes discordantes, e acabou com todas as oportunidades do povo corrigir o seu
trágico erro.
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