"A
Inquisição Espanhola não foi uma tentativa arcaica de preservar um mundo
religioso ultrapassado; foi uma instituição modernizante concebida pelos
monarcas para criar a unidade nacional."
"The Case for God" (Karen Armstrong)
Introduzamos aqui a ideia marxista de
que, objectivamente, era esse um dos resultados da Inquisição, assim percebido
por alguns dos monarcas mais astutos, mas que não foi, 'in nuce' concebido para isso.
É até mais do que certo que o
fanatismo com que a perseguição foi executada não podia ser estimulada por uma
ideia política tão abstracta.
Podia também dizer-se que Hitler
utilizou os judeus com o mesmo fim, mas sabemos que não é verdade.
A monstruosidade de certos planos
"racionais" só é eficaz quando a razão perde o seu carácter
universal, isto é, quando o pensamento se fecha para o mundo.
Nessa altura, a Igreja deixou de
ser, legitimamente, católica. Quando se
falava tanto no Inferno, a ideia de o "antecipar" na terra era
natural. O poder exerce-se sempre até ao fim, se não for contido. Como alguns
reis viram que eram servidos, deixaram os torcionários à vontade, ao ponto de
alguns lhes ganharem medo.
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