quarta-feira, 6 de julho de 2011

A TORRE EIFFEL



Os homens, mesmo os mais eminentes, podem enganar-se tanto sobre o significado dos acontecimentos que presenciam, ser tão cegos quanto ao carácter simbólico, por exemplo, de certas construções, que Verlaine chamava à Torre Eiffel “um esqueleto de torre de campanário(Fr. Jean-Michel Potin).

Claro que também poderíamos dizer que o poeta compreendeu muito bem esse símbolo, mas que ele lhe era hostil, por detestar tudo o que representava. Aqui não há equívoco. As coisas só mudam de figura, quando, como hoje sabemos, esse monumento detestado se tornou o ex-libris mais conhecido da França. Porque aqui já não é uma questão de gosto, nem de cultura, mas de uma particular cegueira que impediu Verlaine de reconhecer a importância da obra de Eiffel.

O seu erro é tão grande como o dos imperadores romanos que não viram no movimento cristão mais do que os tropismos duma seita.

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