Os homens, mesmo os
mais eminentes, podem enganar-se tanto sobre o significado dos acontecimentos
que presenciam, ser tão cegos quanto ao carácter simbólico, por exemplo, de
certas construções, que Verlaine chamava à Torre Eiffel “um esqueleto de torre de campanário” (Fr. Jean-Michel Potin).
Claro que também
poderíamos dizer que o poeta compreendeu muito bem esse símbolo, mas que ele
lhe era hostil, por detestar tudo o que representava. Aqui não há equívoco. As
coisas só mudam de figura, quando, como hoje sabemos, esse monumento detestado
se tornou o ex-libris mais conhecido da França. Porque aqui já não é uma questão
de gosto, nem de cultura, mas de uma particular cegueira que impediu Verlaine de
reconhecer a importância da obra de Eiffel.
O seu erro é tão
grande como o dos imperadores romanos que não viram no movimento cristão mais
do que os tropismos duma seita.
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