Thomas More (1478/1535) |
“Isso
não tem que deva surpreender-vos. Neste caso, a morte é uma pena injusta e
inútil; é demasiado cruel para punir o roubo, demasiado fraca para o impedir. O
simples roubo não merece a forca, e o mais horrível suplício não impedirá de
roubar aquele que só tem esse meio para não morrer de fome.”
“A Ilha da
Utopia” (Thomas More)
A criadagem que os
nobres punham na rua quando adoeciam ou deixavam de ser úteis, ou os camponeses
expulsos das suas terras à medida que as pastagens cresciam para o negócio do
lã que enchia os bolsos de nobres, burgueses e até de “santos abades”, como diz
More, referindo-se à Inglaterra do século XVI, formavam grande parte da
população empurrada para situações de desespero.
Sobre isso, como
sempre, não faltarão os hipócritas que pretendem esquecer as causas do crime, argumentando com a
qualidade dos que têm a “barriga cheia”, que são mais úteis ao Estado, pois até
pagam impostos, e são melhores soldados porque podem conservar a saúde.
Esta realidade,
tantas vezes contada, podia inspirar-nos na presente crise. Onde vemos os
gregos e os outros que se seguem tornados párias na sua própria terra pela
invasão de novas e “globais” pastagens de agiotas.
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