Joseph Goebbels |
“Depois
das suas entrevistas com Hitler, Goebbels termina frequentemente o seu diário
com este grito saído do coração: ‘Meu Deus, como eu
amo este homem!’ No dia seguinte à morte
de José Estaline, o jornal ‘L’Humanité’ titulava: ‘O homem que mais
amávamos.’”
(Fr.
Jean-Michel Potin)
O poder não é só o afrodisíaco
que dizem que é. No caso dos grandes ditadores, o amor-ódio que lhes dedicam as
massas tem uma explicação psicológica que é a de ninguém gostar de se sentir violentado ou de a
todo o momento ter de reunir a força necessária para não desaparecer como ser
social. Como nas doenças crónicas, o mais natural é que se adopte um “modus vivendi” que seja um compromisso
com o mal físico e psicológico. Essa convivência pode, aliás, tornar-se uma
necessidade, e a falta das suas “ferroadas” tornar-se sinónimo duma certa perda
de identidade.
A ambiguidade dos
sentimentos em relação ao líder é, por isso, virtual. Os súbditos prestam consciente
e sinceramente o seu culto, e é só quando um grande movimento de opinião, com a
sua eficaz normalização, que se percebe que o amor era também ódio.
A devoção do ministro
de propaganda de Hitler, que o acompanhou nos suicídios do bunker em
Berlim, não era, evidentemente, a mesma coisa. Havia no chefe tudo o que o
pequeno Goebbels queria ser. E essa força demoníaca, como se vê, não o impedia
de invocar Deus.
“O culto da personalidade só é próprio dos órfãos.” (idem)
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