terça-feira, 19 de julho de 2011

O CRÉDITO E O RUMOR

http://mortgagesandloans.org


O Crédito, por estes tempos, anda nas bocas do mundo. Nunca o comum das pessoas teve um tal vislumbre do seu papel na economia.

Quando sabemos que, ao longo dos séculos (mas principalmente na era do capitalismo), os estados regularmente se endividaram, isto é, viveram, em boa parte, do crédito, e que isso foi essencial para se desenvolverem e para alguns países manterem o lugar de potência mundial, como foi o caso da Inglaterra no século XIX e como o é dos EUA, mais perto de nós, parece que o mundo enlouqueceu com as profecias (sempre eficazes, porque o crédito depende duma coisa tão volátil como a opinião) de menos de meia-dúzia de gabinetes de notação situados no centro do “império”.   

O que é que se passou? Por que é que não continua tudo na mesma? Porquê este súbito puritanismo em relação à dívida? Por que é que não nos deixaram a nós, periféricos e irrelevantes, prosseguir no caminho  da recuperação e do progresso, que apesar da dívida, ou, em parte, por causa dela,  era real ( e que é, afinal, a situação de muitos países e, especialmente, dos EUA)?

Entretanto, aconteceu o “tsunami” dos subprime e a falência de alguns gigantes do outro lado do Atlântico, catástrofe não prevista por esses olheiros da especulação, “tsunami” que meteu à força um pouco de senso nalgumas cabeças e que constituiu uma grande oportunidade para os que conspiram contra o euro. Numa bela aliança, em que a mão direita ignora o que a outra faz, inventaram um novo negócio que é o de ganhar dinheiro com o risco das chamadas dívidas soberanas, sabendo-se que são eles mesmos (através dos seus gabinetes)  que avaliam e, logo, provocam, até certo ponto, o risco que avaliam…

É preciso que os políticos europeus sejam uma tropa de cegos conduzidos por outros cegos para não verem onde tudo isto vai parar.

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