Orador romano |
“O
hysteron proteron é um dispositivo retórico no
qual a primeira palavra-chave duma ideia se refere a qualquer coisa que vem
temporariamente depois da segunda palavra-chave. O objectivo é chamar a atenção
para a ideia mais importante, colocando-a em primeiro lugar.”
(Wikipedia)
Um discurso preparado
permite estas antecipações para captar a atenção daquele que ouve. Na vida
corrente, isso não é necessário. O nosso interesse pode ser até o de nunca
mencionar o mais importante, sem que a outra pessoa deixe de ter isso presente.
E o que são as “segundas intenções” senão sobrepor o menos importante ao que
queremos dizer?
O orador, em
princípio, não nos diz nada de novo. Se pretender inovar ou apelar à nossa
liberdade de pensamento, o mais provável é que não seja entendido. Um discurso
partidário, por exemplo, deve ser o mais
“esperado” possível para que se opere no corpo da audiência uma espécie de
fusão. Esse fenómeno é a coisa que mais se aproxima do unicórnio chamado “pensamento
colectivo”, sendo uma pobre caricatura do pensamento e perigosa, ainda por
cima, por ser uma força manobrável.
O que ora em nome do
partido precisa muitas vezes de empregar o “hysteron
proteron” para marcar o ritmo e concentrar os espíritos no
mais importante.
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