domingo, 10 de julho de 2011

A MALEDICÊNCIA



Já Ésquilo dizia que o povo gosta de criticar os seus chefes. Como não pode ser todos os dias carnaval, onde se troça da ordem artificial, não é justo que assim seja?

Os regimes que proíbem essa maledicência (digo assim, porque quase sempre a crítica não é mais do que um desabafo) põem-se fora da justiça. E o chefe inteligente é aquele que oferece as “costas largas” às setas, no fundo, inofensivas, mas sempre úteis. Como Thatcher que fazia constar que também ela gostava do “Yes, Minister”. Aqui existia, é claro, um outro motivo, ideológico esse, para favorecer a série da BBC: é que o Estado e os funcionários (os civil servants) são o “bombo da festa”, muito mais do que os ridículos do ministro Jim Hacker. Este apenas faz rir, os outros são descritos como um poder abusivo e ameaçador.

Na maledicência ninguém nos bate, a não ser… os gregos. Mas é coisa tão digestiva que nem sequer temos um partido anarquista, o que não é o caso deles.

0 comentários: