Já Ésquilo dizia que
o povo gosta de criticar os seus chefes. Como não pode ser todos os dias
carnaval, onde se troça da ordem artificial, não é justo que assim seja?
Os regimes que proíbem
essa maledicência (digo assim, porque quase sempre a crítica não é mais do que
um desabafo) põem-se fora da justiça. E o chefe inteligente é aquele que
oferece as “costas largas” às setas, no fundo, inofensivas, mas sempre úteis.
Como Thatcher que fazia constar que também ela gostava do “Yes, Minister”. Aqui existia, é claro, um outro motivo, ideológico
esse, para favorecer a série da BBC: é que o Estado e os funcionários (os civil servants) são o “bombo da festa”,
muito mais do que os ridículos do ministro Jim Hacker. Este apenas faz rir, os
outros são descritos como um poder abusivo e ameaçador.
Na maledicência
ninguém nos bate, a não ser… os gregos. Mas é coisa tão digestiva que nem sequer
temos um partido anarquista, o que não é o caso deles.
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