“Creonte - Não pertence a cidade ao seu chefe?
Hémon -
Nesse caso, também poderias reinar sozinho num país deserto.”
(“Antígona” de
Sófocles, na tradução de Simone Weil)
Todo o poder tem um
momento como este, que podemos chamar de orgulho. O orgulhoso é sempre um usurpador.
Mas não podemos dizer
que se trate duma paixão sempre negativa para o Estado. No bom uso das paixões
se encontrarão muitos exemplos do desvio útil desta energia. Se não fossem os
ambiciosos, os políticos ficar-nos-iam ainda mais caros sem podermos esperar
mais deles do que de funcionários.
É por isso que o povo
precisa dos ambiciosos, sem poder nunca confiar neles. Porque todos acabam por
pensar como Creonte.
Os Creontes da
finança, por exemplo, na hora actual, comportam-se como se pudessem fazer
lucros num país deserto…
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