quarta-feira, 27 de julho de 2011

CREONTE




“Creonte - Não pertence a cidade ao seu chefe?
 Hémon - Nesse caso, também poderias reinar sozinho num país deserto.”


(“Antígona” de Sófocles, na tradução de Simone Weil)



Todo o poder tem um momento como este, que podemos chamar de orgulho. O orgulhoso é sempre um usurpador.

Mas não podemos dizer que se trate duma paixão sempre negativa para o Estado. No bom uso das paixões se encontrarão muitos exemplos do desvio útil desta energia. Se não fossem os ambiciosos, os políticos ficar-nos-iam ainda mais caros sem podermos esperar mais deles do que de funcionários.

É por isso que o povo precisa dos ambiciosos, sem poder nunca confiar neles. Porque todos acabam por pensar como Creonte.

Os Creontes da finança, por exemplo, na hora actual, comportam-se como se pudessem fazer lucros num país deserto…

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