"Newton" (William Blake) |
“É
da índole da parte ardente e supersticiosa da humanidade em matéria de religião
sempre ser aficionada de mistérios e, por essa razão, gostar mais daquilo que
compreende menos.”
(Isaac Newton, “Correspondência”,
citado por Karen Armstrong)
Newton, como se sabe,
procurou conciliar a ciência com a religião mas, neste domínio, permaneceu mais
supersticioso do que gostaria de ter sido e interessou-se, por exemplo, pela
alquimia e o ocultismo. Mas não se pode antecipar o futuro, e quaisquer “intuições”
sobre o que os vindouros virão a pensar de nós são, não apenas arriscadas, mas
necessariamente equivocadas. Da Vinci previu, verdadeiramente, as máquinas do
século XX? Ou teve um sonho que só a sua época podia ter sonhado? Quando se construíram
os primeiros aviões, os balbucios do célebre renascentista não podiam ser o
ponto de partida mais fecundo.
Mas, voltando a
Newton, é natural que os homens prefiram o que compreendem menos como ideia de
transcendência. A “ingenuidade” do cientista foi a de pensar que podemos
explicar tudo, e que, por tal razão, só os espíritos supersticiosos e dados à
imaginação preferem esta e a superstição
à “verdade” da teoria.
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