sábado, 2 de julho de 2011

O ESPÍRITO DA ALQUIMIA

"Newton" (William Blake) 



“É da índole da parte ardente e supersticiosa da humanidade em matéria de religião sempre ser aficionada de mistérios e, por essa razão, gostar mais daquilo que compreende menos.”

(Isaac Newton, “Correspondência”, citado por Karen Armstrong)

Newton, como se sabe, procurou conciliar a ciência com a religião mas, neste domínio, permaneceu mais supersticioso do que gostaria de ter sido e interessou-se, por exemplo, pela alquimia e o ocultismo. Mas não se pode antecipar o futuro, e quaisquer “intuições” sobre o que os vindouros virão a pensar de nós são, não apenas arriscadas, mas necessariamente equivocadas. Da Vinci previu, verdadeiramente, as máquinas do século XX? Ou teve um sonho que só a sua época podia ter sonhado? Quando se construíram os primeiros aviões, os balbucios do célebre renascentista não podiam ser o ponto de partida mais fecundo.

Mas, voltando a Newton, é natural que os homens prefiram o que compreendem menos como ideia de transcendência. A “ingenuidade” do cientista foi a de pensar que podemos explicar tudo, e que, por tal razão, só os espíritos supersticiosos e dados à imaginação  preferem esta e a superstição à “verdade” da teoria.

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