sábado, 2 de maio de 2009

TUDO SE JOGA NOS DETALHES


William Morris (1834/1896)


"'Como condição de vida, a produção através das máquinas é de todo um mal; como instrumento para nos impor melhores condições de vida, tem sido, e por algum tempo será ainda, indispensável', escreveu Morris num ensaio de 1888 intitulado 'O renascimento do Artesanato'. Mais importante ainda, ele argumentava que a felicidade nos desiludirá se entregarmos toda a responsabilidade dos detalhes da nossa vida diária às máquinas e aos seus condutores."

"Distracted" (Maggie Jackson)

Quantas ideias neste pequeno texto!

Morris é bem um socialista do seu tempo, quando admite a necessidade de forçar os outros à mudança, para o bem deles, de obrigá-los a serem felizes.

Mas, ao mesmo tempo, diz que o instrumento dessa mudança (as máquinas) tem de ser controlado, não só no princípio da sua função e na sua direcção, mas ao nível dos detalhes. Ora, como isso não é acessível senão aos indivíduos, já que uma burocracia não pode fazer mais do que regulamentar e supervisionar, temos aqui uma quimera feita de coacção (impomos o mal necessário) e de liberdade (o forçado deve ser responsável pelo que lhe é imposto).

0 comentários: