sábado, 16 de maio de 2009

METÁFORAS CELESTES



"Os filósofos existenciais falam de um "estar lançado no mundo", mas eu prefiro as descrições psiquiátricas de 'dissociação'. Os seres humanos podem dissociar a sua mente do mundo e criar metáforas como a dum filme cósmico a 3 dimensões. As metáforas são símbolos livremente criados transcendentes em relação ao mundo, os quais, se os partilharmos, organizam a nossa experiência social de novas maneiras."

"The Cosmic Code" (Heinz Pagels)


A alternativa a esta criação de metáforas de dissociação mental em relação ao "mundo", parece ser a via da fusão espiritual aconselhada por algumas religiões orientais.

Na medida em que for possível a não-distinção do ser, nós seremos então verdadeiramente o alfa e o ômega. Mas a simples existência do nosso cérebro contradiz este cenário. Ele diz-nos que a nossa própria existência é problemática e que o nirvana de modo nenhum está ao alcance de todos. Para nos despojarmos precisamos primeiro de nos vestir.

O que a psiquiatria tem revelado é que precisamos muitas vezes de criar um mundo à parte para seguirmos em frente. E há-os de todos os feitios. Há as pátrias e as religiões portáteis e aquelas que andam à volta dum lugar fixo.

De qualquer modo, se nos "libertarmos" de tais mundos, será só para nos integrarmos num outro aparentemente maior, mas que será ainda uma metáfora.

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