William Butler Yeats (1865/1939)
“Seria contrário à natureza conservadora das pulsões se o objectivo da vida fosse um estado que nunca tivesse sido alcançado antes. Tem de ser um estado anterior inicial que o vivente deixou uma vez e ao qual aspira a regressar acima de todos os desvios da evolução.”
“Para além do princípio do prazer” (Segismund Freud)
Sloterdijk (“O Estranhamento do Mundo”) cita também, a este propósito, Nietzsche que diz que “nós temos a arte de não morrermos da verdade”.
A ideia de Freud e de Nitezsche parece ir contra a tradição cristã de se alcançar, através da mortificação, a bem-aventurança. Contudo, o encontro final de Dante e Beatriz, no presumido Paraíso, é estático como a morte.
Se quisermos ler a eterna demanda da verdade como a procura de algo que não queremos realmente conhecer, toda a ciência seria atingida por um juízo de frivolidade ou, no melhor dos casos, como uma forma da arte de viver, desviando-nos dum conhecimento mortal.
De facto, o tempo é o que nos separa da verdade. E parece que tudo o que podemos conhecer é obra do tempo.
Yeats diz: “(…) though leaves are many, the root is one, through all the lying days of my youth, I swayed my leaves and flowers in the sun; now I may wither into the truth.”
Donde, a verdade, ao encontro do que diz Freud, talvez seja um regresso às incompreensíveis origens.
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