segunda-feira, 4 de maio de 2009

O COMITÉ




" Muitos sistemas reais são misturas de hierarquias e redes. Um exemplo é o sistema bancário internacional. Cada banco ou instituição financeira é internamente uma hierarquia, no entanto, o sistema financeiro global constituído por todas estas instituições financeiras forma uma rede - ninguém está à frente dele."

"The Dreams of Reason" (Heinz Pagels)


Mas poderia estar? Prometer-nos-á o futuro um controlo sobre as redes, de tal modo que venha a ser plausível a ideia ingenuamente revolucionária dum comité que dirige os destinos do capitalismo, como os falsos Sábios do Sião? Napoleão preferia não recorrer à ideia da conspiração sempre que podia explicar o estado de coisas pela incompetência. Incompetência ou ignorância parece ser hoje o caso.

Mas é razoável pensar-se que à medida que uma rede seja integrada numa hierarquia, ela própria venha a fazer parte duma rede mais vasta sem ninguém aos comandos.

De qualquer modo, já não podemos prescindir dos computadores e da mais sofisticada tecnologia para lidar com esse tipo de complexidade, o que tornará os putativos decisores dependentes duma tecnocracia dificilmente subordinável.

Não tira que essa tecnocracia seja tão falível nos seus modelos quanto os técnicos da meteorologia.

No mar encapelado da crise que nos leva, a conclusão a tirar é que tecnocracia falhou e que os "comités" parecem ter perdido o norte ou ter feito hara-kiri.

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