quinta-feira, 7 de maio de 2009

AS DUAS LINHAS


Staline, Lenine e Kalinine (1919)


"Estes são dois pontos de vista inteiramente diferentes, duas linhas inteiramente diferentes. Com Lenine, um proletariado que tomou o poder representa a força mais activa revelando a mais alta iniciativa, que organiza uma economia socialista e vai mais além e apoia os proletários de outros países. Com Trotsky, pelo contrário, um proletariado que tomou o poder torna-se uma força semi-passiva que requer imediata assistência sob a forma duma imediata vitória do socialismo em outros países, e que se sente como se num acampamento temporário e em perigo de imediatamente perder o poder."

"Social-Democratic deviation in our party" (Staline)


Admiremos como neste discurso não há uma única entidade real, nem uma situação de facto.

Longe de ser um sistema complexo, numa sociedade como era a da Rússia revolucionária, a tomada do poder é um simples acto de substituição de pessoal.

O proletariado que teria tomado esse poder é criado dos pés à cabeça por aqueles que, com manha ou pelos motivos mais nobres, reivindicaram representá-lo.

Apesar de lidar com as mesmas entidades abstractas, Trotsky propõe um cenário mais realista, enquanto Djougachvili defende, contra os profetas, o "socialismo num só país".

Nesta "tragédia de erros", Staline não perde uma oportunidade de apurar a linha e de depurar o partido. Toda a questão é dividida em duas linhas: uma, a que ele adopta (nesta altura ainda precisava de se reclamar de Lenine) e a outra, a dos que são votados às trevas exteriores.

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