sexta-feira, 8 de maio de 2009

O DEMÓNIO DE LAPLACE


Pierre-Simon Laplace (1749/1827)


"O subtil da natureza foi vingado. Vemos que escondido nas equações determinísticas dos físicos clássicos está um caos tão completo que nem mesmo o demónio de Laplace podia predizer o futuro. Só se o demónio conhecesse as condições iniciais com infinita precisão e pudesse lembrar-se do infinito dos números aleatórios ( o que necessitaria presumivelmente de um demónio infinito) podia predizer o futuro. Nesse sentido, o demónio teria de ser idêntico a um universo infinito, o que não era de todo o que Laplace tinha em mente."

"The Dreams of Reason" (Heinz Pagels)


O sistema de Laplace é o mesmo que permitiu a Leibniz declarar que este é o melhor dos mundos possíveis.

No universo à imagem de um grande relógio, podemos com precisão determinar a posição dos ponteiros no futuro. E é evidente aqui a necessidade de um Deus relojoeiro.

Mas, como diz Pagels, para conhecer o futuro do universo não é preciso menos do que outro universo. As condições iniciais são em toda a situação complexa o mais difícil de determinar. Na verdade, seria preciso convocar todo o universo para as compreendermos "integralmente".

Claro que temos de prescindir (temos "pressa de passar rumo à estrela polar", dizia o poeta) de tal ambição e acreditar num princípio qualquer, mesmo sem provas.

Nesse sentido, tem-se revelado muito útil, por exemplo, termos calculado a "idade" do universo e a sua "origem" com o Big Bang.

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