"A Morte de Séneca" (Luca Giordano)
"Sextus interrogava a sua alma: "de que defeito ficaste curada; que vício combateste; em que é que te tornaste melhor? Também Séneca procede todas as noites a um exame desse género. A obscuridade - " a partir do momento em que a luz se retira" - e o silêncio - "quando a sua mulher se cala" - são as condições exteriores."
"O Cuidado de Si" (Michel Foucault)
A luz já não se retira, nós é que a desligamos. É como se tivéssemos perdido um ritual fundado na Natureza.
Mas a conversa da mulher dá lugar ao silêncio, como se ela fosse a última a recolher das vozes do mundo.
Sem mais precauções, Séneca remete todos os seres para a escuridão e o silêncio e entrega-se ao diálogo de "dois em um", na expressão de Arendt.
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