Ainda a entrevista de Deleuze. O filósofo explica, com toda a naturalidade, por que razão foi de todos os seus amigos o único que não passou pelo PC.
Era muito trabalhador e não gostava de reuniões. Nunca pôde suportar essas intermináveis sessões em que alguns ou alguém fala sempre muito. Perguntava-se se não seria mais do interesse do partido que esses universitários trabalhassem na sua tese, em vez de recolherem assinaturas ou distribuirem "L'Humanité", tarefas que ele, por timidez, além disso, achava demasiado penosas.
Suponho que tudo isso não terá passado, na altura, quando se pensava que a Revolução era uma necessidade moral e que o método estava avalizado pela ciência, sem algum sentimento de culpa.
A meia dúzia de anos antes da sua morte, pôde dizê-lo com uma nuança de ironia e com a serenidade de alguém que tinha há muito concluído que as revoluções não podem senão acabar mal.
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