"In Time" (2011, Andrew
Niccol)
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Eis um enredo que podia ser erigido em
metáfora do capitalismo, que hoje, visivelmente, reclama toda a classe de
exorcismos.
A expressão de que "o tempo é
dinheiro" foi aqui tomada à letra, porque, segundo a história, as pessoas,
a partir dos 25 anos, têm que pagar pelo tempo de vida. No "Banco
Central" desta economia, em vez das barras de oiro, encontra-se um
carregador com 1 milhão de anos. O código do cofre-forte é a data de nascimento
de Darwin.
Não sei se "a lei do mais
apto" é, ainda (se o foi alguma vez) a verdadeira ideologia do grupo dos
predadores que agora se reúnem junto às poças do dinheiro digital e da
"engenharia financeira".
Porque o seu deus não é a Natureza e
muito menos a ciência. O seu deus parece ser a roleta, mas uma roleta viciada
por um acordo mais ou menos implícito com os donos do casino.
E qual é a ideologia dum jogador que
faz batota com a própria sorte? Ele não confia em nenhum deus porque, na
verdade, já não arrisca. Limita-se à droga do poder.
"In time" nem precisa de ter
boas intenções, por ser apenas um produto da "necessidade do
mercado". Tal como há 30 ou 40 anos, as histórias da "Guerra
Fria" eram as preferidas do público, agora, qualquer avatar de Wall Street
nos agrada.
Mas dali não vem esperança nenhuma.
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