"(...)
Pour tous les innocents qui haïssent le mal
La
lumière toujours est tout près de s’éteindre
La
vie toujours s’apprête à devenir fumier
Mais
le printemps renaît qui n’en a pas fini
Un bourgeon sort du noir et la chaleur s’installe
Et la chaleur aura raison des égoïstes
Leurs sens atrophiés n’y résisteront pas (...)."
"Dit de
la force de l'amour" (Paul Éluard)
"O calor vencerá os
egoístas". Quero crer. E os inocentes que odeiam o mal serão vingados
pelos novos inocentes. O que se celebra aqui é a vida, para a qual a bondade ou
a maldade são jogos de luz e de sombra.
Mas a palavra amor diz outra coisa.
Diz que a vida tem de ser humana e que cada um de nós é como aquele botão de
flor que "sai do negro" na primavera. O problema é que as nossas
estações podem ter períodos muito mais largos do que os da natureza. Mas a
força que renasce é a mesma. Podemos chamar-lhe amor.
Parece, talvez, masoquista a ideia dos
filósofos da Grécia Antiga que consideravam a melhor das vidas uma preparação
para a morte. Mas é como se, para eles, o renascimento fosse o verdadeiro
objectivo. A passagem pela terra, pelo "negro" de que fala o poeta,
não seria, assim, o oposto da vida, mas a própria essência da
"primavera".
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