John Ruskin |
"Já
me ouvistes afirmar, várias vezes, que todos os mestres que valorizam a forma
precisa e o modelado encontraram o modo mais expedito de obter o que requeriam
no firme contorno da pena, completado por uma leve camada de tinta neutra. Este
método é, na verdade, raramente utilizado por Rafael e Miguel Ângelo nos
desenhos que nos deixaram, porque os seus estudos são quase todos
experiências-tentativas de composição, na qual a pena imperfeita e descuidada
sugeria tudo o que era preciso e permitia a rápida mudança sem confundir a
visão."
"Lectures on Landscape" (John Ruskin)
Podíamos quase servir-nos destes dois
métodos de desenho para distinguir duas maneiras de pensar que todos nós, mais
ou menos, utilizamos, para lá, evidentemente de, nos casos mais marcantes, revelarem
dois tipos de temperamento.
Se eu sei o que vou desenhar (ou
dizer) posso ser mais flexível no detalhe. Basta-me um "rabisco" que
mudarei de forma e de posição conforme as necessidades da composição (ou do
diálogo).
Mas se não sei, se improviso
completamente, a tentação de aperfeiçoar as formas que vão surgindo é quase
inescapável. Isto parece-se um pouco com a arte barroca ou, nas letras, com o
gongorismo. O detalhe tende para uma melhor definição por não haver um
enquadramento rigoroso.
Pensamento táctico e pensamento
estratégico, também se podia dizer desses modelos.
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