terça-feira, 8 de novembro de 2011

ABRACADABRA

(http://www.comcine.com/film-lapprenti-sorcier)


"Mas na nossa economia - mais de 95% do dinheiro não é moeda. A maior parte do dinheiro consiste de entradas em contas electrónicas. Contas de poupança,  contas-cheques, linhas de crédito, saldos de cartões de crédito, contas de investimentos. Nesse sistema electrónico, é criado dinheiro novo, não imprimindo notas, mas gerando crédito. De cada vez que um banco concede a alguém um novo empréstimo, está a criar dinheiro. É como uma grande máquina de mágica criando dinheiro a partir do ar e do vento. Chamam-lhe o sistema de crédito privado."


("What do Banks Actually DO? Teach-In for Occupy Toronto"
by Jim Stanford in "Real Economics")



O capital aplicado pelos bancos nesse sistema pode ser 1/50 do dinheiro posto em circulação. Os bancos canadianos só emprestaram 20 vezes o seu capital, "não 50 vezes como os Europeus fizeram." (ibidem)

É um sistema quase seguro, à custa dos contribuintes, no caso de "bail-out", beneficiando os bancos, além disso, de taxas de impostos reduzidas.

Não admira que o sistema não se queira regenerar.

Mas quem tem força para expor esse abracadabra financeiro tal como ele é na realidade, se a imagem é hoje, também, uma questão de poder? Não vemos os burocratas de Bruxelas a tentar passar a esponja sobre a magia negra e o tiro ao alvo das bolsas, em nome da economia e do emprego?

O "apertar de cavilhas" do sistema bancário alguma vez poderá ser outra coisa que cosmética para iludir a opinião pública?

Os bancos perdem milhões de um dia para o outro, tão depressa quanto os ganharam. Mas que risco é o deles se o Estado "põe a mão por baixo" e não estão a jogar com o seu dinheiro?

"Se os especuladores tivessem de pôr o seu próprio dinheiro nessas bolhas de investimento, os preços nunca atingiriam níveis tão precários e destrutivos." (ibidem)


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