"The searchers" (1956, John Ford) |
”A man will search
"His heart and soul
"Go searching way out there
"His peace of mind
"He knows he'll find
"But where, o Lord
"Lord, where
"Ride away
"Ride away
"Ride away"
"His heart and soul
"Go searching way out there
"His peace of mind
"He knows he'll find
"But where, o Lord
"Lord, where
"Ride away
"Ride away
"Ride away"
(do final do filme "A desaparecida";1956,
John Ford)
Ethan (John Wayne) quer resgatar a
sobrinha raptada pelos Comanches, para lhe dar a morte, já que “a vida entre os índios não é vida”. Por
isso erra durante cinco anos com Martin (que tem um oitavo de índio), até
alcançar a jovem que foge dele como uma
gazela assustada. Mas quando a tem nos braços, em vez de levar a cabo o seu
intento, diz-lhe que é hora de regressar a casa.
Que mudança tão extraordinária foi
essa? O racismo do velho "cow-boy" alimentou a sua busca no meio dos
perigos. Mas cedeu perante uma força maior. Para mim, foi aquele gesto de
levantar a rapariga nos braços que falou mais alto do que todo o ódio armazenado,
feito sobretudo do desconhecimento do outro.
"The Searchers" inspirou
muitos cineastas e a perseguição de Ethan já foi comparada ao teatro grego.
Depois, não esqueçamos o espaço fordiano que recorta no mito a figura dos
homens.
E aqueles versos que acompanham o olhar
de Ethan na fundura da paisagem, no mais belo enquadramento da história do cinema,
falam da alma e da procura da paz. Ele sabe que a encontrará, mas onde?
Assim, mesmo aquela vontade movida
pela ideia do ódio, parece querer recolher a casa, onde o solitário não tem
lugar. Por isso, aquele momento de hesitação na soleira da porta.
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