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"(...)
as 'leis civis não podem punir nem proscrever tudo o que de mal se faz, porque,
querendo extirpar todo o mal, fariam desaparecer ao mesmo tempo muito do que é
bom.'"
(Agostinho,
"De Libero Arbitrio", citado por Hannah Arendt)
A alternativa a querer extirpar o mal
é, assim, uma espécie de compromisso ou de negligência.
Para muitos, essa é uma atitude
moralmente inadmissível. Como todos aqueles que vêem a natureza social como uma
máquina que precisa de conserto, qualquer demora, significando mais sofrimento,
é um crime.
Esta "engenharia"
revolucionária que assenta mais na boa vontade do que no conhecimento das
"engrenagens", depois de alguns insucessos históricos, migrou para o
lado do "inimigo".
O capitalismo, no seu estádio
financista e global, segue um modelo de engenharia convulsiva que apesar de ter
efeitos tão inesperados e paradoxais como a revolucionária não tem sequer a
desculpa de se inspirar num ideal.
A cupidez, a coisa mais vista à
superfície da terra e tão velha como os simples apetites, é o seu motor.
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