"O
nosso intelecto só pode trabalhar eficazmente na medida em que se subtrai às
influências afectivas demasiado intensas; no caso contrário, comporta-se
simplesmente como um instrumento ao serviço duma vontade, e produz o resultado
que esta lhe inculca."
"Considérations
actuelles sur la guerre et la mort"
(Segismund
Freud)
Tudo estaria na intensidade dos afectos.
Segundo Freud, nunca seremos desviados de pensar racional e objectivamente, se
tivermos as emoções controladas (o cavalo rebelde de Platão).
Mas por que é que mesmo as pessoas
mais "auto-controladas" conservam uma personalidade e uma idiossincrasia?
A razão, sendo impessoal, levar-nos-ia a atitudes camaleónicas. Se calhar,
"Zelig", a personagem criada por Woody Allen, é o mais racional dos
homens, exclusivamente racional no seu mimetismo.
É muito provável que os nossos
sentimentos e os nossos afectos nos modifiquem dum modo permanente. Eles criam
o "ambiente" interno em que pensamos.
Assim, num cientista, o desejo da
descoberta pode ser mais importante do que a lógica do seu pensamento.
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