sábado, 18 de junho de 2011

OS PEDREIROS




Nos “Pedreiros” de Courbet (de 1849, destruído durante os bombardeamentos de Dresden, na última guerra mundial), há uma luz igual e os homens têm  a cor da pedra. Não lhes vemos os corpos, coisa que seria exótica, ainda um ou dois séculos antes, quando aquelas atitudes seria um pretexto para o gosto do classicismo tardio. Veríamos, então, estátuas convertidas ao plano da pintura, só havendo que transformar a pedreira num contexto mitológico.

A nova estética de Courbet, em comparação, chamou-se de realista. Para trás ficaram, também, os efeitos dramáticos do “chiaroscuro”. Aqui não se representa nada, nem sequer aparecem vestígios de psicologia. Os rostos não são visíveis, não nos é pedida a menor identificação emocional. Não é o trabalho, nem a “questão social” que vemos neste quadro. Os homens confundem-se com a paisagem mineral. O desenho é nítido e pormenorizado segundo a ética descritiva do realismo.

Se há um destino nestas duas figuras, ele parece inexorável e confundido com as forças da natureza. Parece que estamos muito longe da crítica social. No entanto, uns meses antes fora publicado o “Manifesto Comunista”.

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