Nos “Pedreiros” de
Courbet (de 1849, destruído durante os bombardeamentos de Dresden, na última
guerra mundial), há uma luz igual e os homens têm a cor da pedra. Não lhes vemos os corpos,
coisa que seria exótica, ainda um ou dois séculos antes, quando aquelas atitudes
seria um pretexto para o gosto do classicismo tardio. Veríamos, então, estátuas
convertidas ao plano da pintura, só havendo que transformar a pedreira num
contexto mitológico.
A nova estética de
Courbet, em comparação, chamou-se de realista. Para trás ficaram, também, os
efeitos dramáticos do “chiaroscuro”.
Aqui não se representa nada, nem sequer aparecem vestígios de psicologia. Os
rostos não são visíveis, não nos é pedida a menor identificação emocional. Não
é o trabalho, nem a “questão social” que vemos neste quadro. Os homens
confundem-se com a paisagem mineral. O desenho é nítido e pormenorizado segundo
a ética descritiva do realismo.
Se há um destino
nestas duas figuras, ele parece inexorável e confundido com as forças da
natureza. Parece que estamos muito longe da crítica social. No entanto, uns
meses antes fora publicado o “Manifesto Comunista”.
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