segunda-feira, 20 de junho de 2011

AS FLORES DA TERRA

"Fleurs dans un vase" (Renoir)



“Pra minha imperfeição está suspenso
Em cada flor da terra um tédio imenso.”

Sophia (“O Dia do Mar”)



Não vamos de maravilha em maravilha, nem podíamos. Não é o sono a melhor prova de que a presença está ligada por um cordão secreto à pura ausência?

Nem a infância está livre do tédio, apesar de, para ela, tudo ser novo. É no reino das palavras que a criança é imperfeita, mas a natureza também não a salva do tédio.

Se calhar, é só por causa da simetria e da lógica, e por contraste com a alegria, que inventámos o tédio.

No poema, o tédio vem-nos de não sermos deuses, como se o Olimpo fosse um modelo de vivacidade...

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