Golfo Zuiderzee |
“Onde
estava o isso passa a estar o eu.’Trata-se de um trabalho cultural como a
drenagem do golfo Zuiderzee.’”
(Freud, citado
por Hans-Martin Lohmann)
O eu é a perspectiva.
Pensar sem perspectiva é um estado de graça. Mas que progresso, de facto, haver,
em vez do nada, um sujeito!
Mas este eu parece-se
muito com a ideia hegeliana da astúcia da Razão, ou com a da eficácia da
inexistência dos deuses, de que fala Gonçalo Tavares. Corresponde a uma
apropriação do mundo que nos desapropria. Pagamos um preço pelo nosso poder, o
de compreender a natureza, como avatar do ser, e o de transformar o mundo, como
meio de nos transformarmos a nós próprios. Esse preço é o exílio do que
verdadeiramente somos.
E o mais urgente
sempre foi viver a simultaneidade do ser e do exílio e o de encontrar um caminho
de ida e volta.
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