quarta-feira, 15 de junho de 2011

A MÁQUINA

(Hippolyte Taine, 1828/1893)



“Deste modo, Taine pôs em evidência o funcionamento, desde 1789, do mecanismo que Augustin Cochin virá a designar por a ‘máquina’. Ele entendia por isso ‘uma forma de socialização cujo princípio consiste em que os seus membros devem, para desempenharem nela o seu papel, despojar-se de qualquer particularidade concreta e da sua existência social concreta.”

 (Fr. Renaud Silly)



O “homem-máquina” cartesiano alcança, mais de um século depois, a sociedade mecânica. E tal como a ideia de Descartes foi o ponto de partida para uma separação de águas fundamental que abriu o caminho às ciências da natureza, a tese de Cochin, que pode parecer-nos abrupta, por vivermos imersos na comunicação global e instantânea, na verdade, remete para o museu da história a imagem romântica ( e sem que haja nisso contradição) e mecanicista que os jacobinos faziam da sociedade.

A figura do cidadão foi o “bulldozer” que arrancou todas as raízes (as particularidades) e permitiu recriar o mundo com as “luzes” da filosofia.

A “máquina” recriou esse mundo, mas como não podia viver nele porque era demasiado abstracto, suicidou-se. Foi o tempo em que “todos se mataram uns aos outros.” (Maurras)

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