terça-feira, 14 de junho de 2011

AS FAIXAS

As faixas do atleta vencedor


“Mas de cada vez que alguém sofre ou acaba qualquer coisa – e cada coisa acabada é uma coisa sofrida, e qualquer coisa sofrida é uma coisa acabada -, algo de exaltante, que evoca a intensidade e o sentido, surgem as faixas.”


“Les noces de Cadmo et Harmonie” (Roberto Calasso)



Diz Aristóteles que os Gregos  só ofereciam aos deuses coisas perfeitas e íntegras. As faixas distinguiam o que pertencia ao culto: tantos as coisas, como os animais e as pessoas.

Esta perfeita separação dos mundos é necessária ao encontro com os deuses. Marcados e purificados, como na morte, os que levam as faixas entram num espaço que não é nem o da vida nem o da morte.

O destino dos homens é representado e visto “até ao fim”, como se já tivesse sido sofrido. É uma catarse, como se diz na “Arte Poética” do Estagirita, a propósito do teatro.

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