quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A POLÍCIA NO COMITÉ CENTRAL


Roman Malinovski


"Quando, durante a guerra, Malinovski foi capturado pelos alemães, Lenine mandou-lhe roupas; após a Revolução, contudo, confrontado coma as provas, mudou de opinião: 'Que grande porco. Um pelotão de fuzilamento ainda é bom de mais para ele.' Malinovski foi julgado em Novembro de 1918, tendo sido, ironicamente, acusado pelo marido de Elena Rozmirovitch, Nikolai Krilenko, num tribunal chefiado pela própria Elena. Malinovski foi executado."

"O Jovem Estaline" (Simon Sebag)


Malinovski era um dos agentes da Okhrana infiltrado no próprio comité central bolchevique, de modo que a polícia do czar era informada a par e passo da movimentação dos revolucionários e pôde atirar com o famoso Djugachvili (Staline) para os gelos da Sibéria.

O mais interessante é que este dandy conseguiu granjear a total confiança das suas vítimas. Lenine, como se viu, não era o menos ingénuo. Num momento em que já era conhecida de todos a traição de Malinovski, ainda contemporizava, achando que ele tinha servido melhor o partido do que a polícia.

O autor atribui a este caso o agravamento da paranóia conspirativa que tomou conta de Staline, uma vez no poder. Se Malinovski era um traidor por que não qualquer um dos outros?

Mas se uma "águia" como Oulianov e um homem tão naturalmente suspicaz como Staline puderam ser assim enganados é a prova de que no ambiente rarefeito do poder ( e a clandestinidade só agrava essa situação) não há defesa contra o erro, por mais grave que seja. E é quando é mais preciso falar em nome da verdade.

O poder é a tentação no deserto e o diabo fala a língua do bom senso.

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