sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O "ARROTO DE STALINE"


Blast-furnace complex No 5 "Severyanka" at Cherepovets


"A presença de Estaline como exilado voltaria a assombrar esta região (Solvitchegodsk). Em 1940, deu ordem para a construção de uma enorme fábrica de aço em Cherepovets, porque se lembrava deste local do seu exílio em Solvitchegodsk, apesar de aquele ser totalmente inadequado: os mais próximos depósitos de minério de ferro e carvão encontravam-se a mais de 1000 milhas de distância. Mas os seus conselheiros estavam assustados de mais para lhe dizer. A Segunda Guerra Mundial atrasou a construção, mas esta começou em 1949. Devido à sua localização inconveniente, ainda é conhecida como "o Arroto de Estaline".

"O Jovem Estaline" (Simon de Montefiore)


É por isso que as ditaduras, com o tempo, se destroem a si mesmas. Falta ao poder absoluto o "instinto de conservação", que deixa de ser accionado quando os sinais que lhe vêm da realidade têm de atravessar o vácuo do medo.

Staline que, na sua juventude, tudo sacrificou à causa revolucionária, não recuando perante o assassinato e a chantagem do terror, não passou a ser outro homem, nem mudou de direcção quando se apoderou das alavancas do Estado. Passou só a ter um machado maior, continuando a pensar só pela sua cabeça e a tudo subordinar ao "Império Soviético Mundial". Para grande infelicidade do seu povo, não teve quem lhe fizesse frente, porque "o lugar da oposição era na cadeia", se não pudesse ser no outro mundo. Quando já não tinha que saltar pela janela ou recorrer aos seus mil disfarces para escapar aos espiões da Okhrana, o sucesso condenou-o a empregar os seus inúmeros talentos (não era um homem grosseiro, como certa propaganda gosta de o apresentar) no reforço do poder. E todo o poder que se torna a razão de si mesmo é suicida.

0 comentários: