quarta-feira, 13 de agosto de 2008

PLAYBACK



Quando um país como a China recorre à manipulação de imagens (ver L'Express de 12/8), para ultrapassar uma dificuldade técnica (a interdição de voar nos céus de Pequim) e potenciar o seu prestígio junto de milhões de telespectadores, parece-nos que um certo limite foi ultrapassado.

Os fogos de artifício em "playback" não têm o significado da manipulação das fotografias históricas no tempo de Staline, tanto mais que não se fez segredo, posteriormente, do truque utilizado, mas não deixa de ser assustador por obedecer ao mesmo princípio de que os fins justificam os meios.

Nas palavras dum responsável da firma produtora, as pessoas julgaram que estavam a ver o fogo real e, portanto, "o nosso objectivo foi atingido".

Aquele vacilar da fronteira entre a realidade e a ficção a que Hollywood nos habituou tornou-se aqui técnica do poder e foi, durante um momento, verdade oficial.

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