"(...) é observador quem percebe aquilo que é outro através de uma janela de teoria, escapando ao mesmo tempo à contra-observação."
"Palácio de Cristal" (Peter Sloterdijk)
Uma "janela de teoria", "simbolizações portáteis do céu", maneiras de "preservar um mínimo de espaço próprio nos locais mais remotos."
É por isso que as viagens anteriores não tiveram consequências e que, se viermos a descobrir que outros abordaram o Novo Mundo antes de Vespúcio ou de Colombo, isso será não-história.
Aqui está também um modelo para compreendermos como os espíritos se influenciam uns aos outros, não é?
A personalidade "forte" nunca deixa de transportar consigo o seu "espaço próprio", e os "indígenas" só escapam ao "extermínio" fechando-se à comunicação, no seu reduto armado de preconceitos e superstições.
Se ao menos o "indígena" pudesse fazer contra-observação, não deixaria de notar que a janela de teoria é apenas uma janela.
Na literatura, em Balzac, por exemplo, o camponês nunca se rende à superioridade da observação citadina. Responde pela manha, enviesadamente.
O seu espaço próprio não é portátil, mas é real.
0 comentários:
Enviar um comentário