sábado, 9 de agosto de 2008

MANIPULAÇÕES POUCO INVISÍVEIS


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"Este problema do arbitrário político no topo da hierarquia deixa aparecer um estado de facto que se pode formular de maneira geral: na medida em que os sistemas adquirem a sua própria autonomia pela perdiferenciação, tornam-se igualmente as causas (ou pelo menos uma parte das causas) dos seus próprios problemas."

"Politique et complexité" (Niklas Luhmann)


Luhmann conclui que o problema próprio do sistema político é, então, que o sistema tornado arbitrário não precisa menos de ser controlável.

E cita entre os paradoxos que uma tal situação favorece a teoria da "Mão Invisível" de Adam Smith. Aqui, a contradição entre o interesse egoísta dos indivíduos e o bem público, no sistema económico, seria resolvida por uma instância de autocontrole do sistema, uma espécie de termostato automático.

É evidente que uma tal função seria de todo o interesse do "arbitrário político", pois que é a condição de ele se manter, enquanto sistema. Daí que a famosa "Mão Invisível" se possa traduzir por aquilo que Luhmann chama de auto-descrição do sistema e que se parece realmente muito com o que Marx definiu como ideologia, mas que aqui é não apenas uma visão interessada do mundo, mas um processo regulador.

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