"Paradox" ( Michael Bergt)
"Um código ideal por contraste não deixa praticamente espaço para variantes, e a individualização é só possível como desvio. Só as figuras negativas podem ser graficamente retratadas, tal como só existe uma saúde, enquanto existem numerosas doenças que por sua vez determinam diferentes destinos individuais."
"Love as Passion" (Niklas Luhmann)
Quando as contradições invadem o ideal este pode ser, aparentemente, uma coisa e o seu contrário. É aquilo a que Luhmann chama de paradoxalização do ideal.
Se esse é o caso nas nossas sociedades mediáticas, tolerantes e "politicamente correctas", podemos também perceber como o entusiasmo e a fé militante dependem da fortificação do ideal através de uma interpretação independente do mundo e da lógica, com alguns traços paranóides.
Enquanto vontade, a inspiração num ideal imune ao paradoxo (e ao confronto com a realidade) é uma força de problematização política incomparável.
A esperança dos "laicos", infelizmente presas do paradoxo, é que, a longo prazo, não só estaremos todos mortos (como dizia Lord Keynes), mas também essas ilusões se queimarão no vidro da experiência.
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