"The sleeping tiger", de 1954, foi filmado em Inglaterra, sob um pseudónimo, por Joseph Losey, uma das vítimas das perseguições políticas do McCarthysmo nos EUA.
Frank Clemmons (Dirk Bogarde), um jovem delinquente, depois de assaltar o dr. Clive Osmond (Alexander Knox), em vez de ir para a cadeia, é acolhido como hóspede em casa deste, com o compromisso de colaborar, durante seis meses, numa terapêutica.
A mulher de Clive, Glenda (Alexis Smith), acaba por se enamorar do "paciente" e contribui para o final trágico da história, como que demonstrando que todos temos em nós um tigre adormecido.
O único momento frouxo é o clímax do filme, quando Frank, seguindo os cânones da psicanálise, toma consciência da experiência traumática que induziu o seu sentimento de culpa, a delinquência resultando na vontade de expiar um crime que afinal não tinha cometido.
Para ganhar a confiança de Frank, o psicólogo tenta estabelecer uma relação informal e o menos hierárquica possível, surpreendendo o psicanalisando com manifestações inesperadas de generosidade.
No entanto, no momento em que sente que é preciso interpretar a crise de Frank, sai dessa posição para assumir a da autoridade médica ou a daquele que detém o conhecimento.
O "oportunismo" e o contraste entre esse papel autoritário e o abatimento de Frank são tão flagrantes, que percebemos que o modelo dessa relação é o da criança frente ao adulto.
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