Amour et Psyche (Antonio Canova)
"Por vezes, nas noites de espera, a angústia é devida a um medicamento que se tomou. Falsamente interpretada por aquele que sofre, ele acredita estar ansioso por causa daquela que não vem. O amor nasce neste caso, como certas doenças nervosas, da explicação inexacta de um mal-estar penoso. Explicação que não é útil rectificar, pelo menos no que respeita ao amor, sentimento que (seja qual for a causa) é sempre erróneo."
"Sodome et Gomorrhe" (Marcel Proust)
Proust parece pensar, como Lacan, que no desejo não há relação.
A imagem que desencadeia o desejo não é real, embora nasça sempre de um encontro. A sedução é interpretação e reflexo. O outro procura coincidir com a projecção do desejo, tornando-se verdadeiramente uma máscara (persona) do mesmo.
Se é assim, explicar que se trata de uma ilusão é absolutamente inútil. Porque o desejo, no caso do amor, não passa sem esse engano, esse cinema que o outro ilumina dentro de nós.
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