"Em todo o empreendimento humano, podem encontrar-se duas espécies de traidores: aqueles que traem a letra para tentarem permanecer fiéis ao espírito e aqueles que, traindo ao mesmo tempo a letra e o espírito, mostram bem que escolheram renegar-se, renegando o sentido mesmo da sua empresa."
"La foi d'un incroyant" (Francis Jeanson)
Mas é verdade que podemos redistribuir o que pertence à letra e o que pertence ao espírito.
Não há nenhum critério objectivo da traição, porque se pode sempre atribuir às palavras e aos actos o sentido duma fidelidade superior.
No limite, imaginemos o ser omnisciente que conhecesse o verdadeiro espírito duma parábola, para além daquilo de que o seu suposto autor seria consciente (é, outra vez, a insondabilidade da pergunta). Esse ser poderia inspirar actos que parecessem trair tanto o espírito como a letra, e, no entanto...
Judas como avatar de Cristo: - Vai, e faz o que tens de fazer.
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