http://c4.agora.eu.org/local/cache-vignettes/L500xH439/publicite.jpg
"Eis o paradoxo: a publicidade, que é estigmatizada por todos os quadrantes como instrumento de doutrinação, de matraqueamento ideológico, não se atribui os meios necessários a esse inculcar de doutrina. Nas suas formas avançadas, humorísticas, a publicidade não diz nada, diverte-se consigo própria: a verdadeira publicidade troça da publicidade, do sentido como do não-sentido, esvazia a dimensão da verdade, e é aí que está a sua força."
"A Era do Vazio" (Gilles Lipovetsky)
Se a publicidade fizesse como o aparelho de propaganda dos partidos, para quem a questão do sentido é imperativa e a verdade não pode ser problemática, não atingiria os seus objectivos.
Se a publicidade vende, é porque atravessa as nossas defesas ideológicas à procura da libido e do pré-racional.
Não nos infantiliza necessariamente, a não ser nas suas formas inferiores. Ela prostitui-se e torna venal tudo o que toca, no seu desígnio, felizmente quase sempre falhado, de se tornar cúmplice do nosso segredo.
0 comentários:
Enviar um comentário