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"Índia. Leituras sobrepostas. É preciso amar Deus impessoal através de Deus pessoal ( e por detrás ainda Deus, um e outro, e por detrás Deus ainda, nem um nem outro), com medo de cair na concepção de Deus como coisa, o que acontece por vezes a Spinoza."
"Cahiers" (Simone Weil)
As leituras sobrepostas permitem ultrapassar as contradições e unir os contrários a um nível superior, de modo a justificar tanto a acção como a imobilidade.
Essa capacidade de conciliação da religião hindu não pode, evidentemente, ser deduzida das condições geo-económicas dessa cultura, mas percebe-se que o capitalismo precisava para se implantar e desenvolver de uma lógica menos complexa e do horror da contradição.
Quando Simone descobre a Índia pode dizer-se que conhecia já as ilusões da acção e que a Revolução se tinha tornado interior.
O Deus-objecto de Spinoza não poderia alimentar essa paixão por uma verdade vivida e que não se compreendesse apenas.
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