André Malraux (1901/1976)
"Do mesmo modo que a revolução democrática emancipa a sociedade das forças do invisível e do seu correlativo, o universo hierárquico, assim o modernismo artístico liberta a arte e a literatura do culto da tradição, do respeito pelos Mestres, do código da imitação. Arrancar a sociedade da sua subordinação às potências fundadoras exteriores e não humanas, desligar a arte do código da narração e representação: é a mesma lógica que actua, instituindo uma ordem autónoma cujo fundamento é o indivíduo livre."
"A Era do Vazio" (Gilles Lopevtsky)
E Malraux: "O que a nova arte busca é a inversão da relação entre o objecto e o quadro, a subordinação manifesta do objecto ao quadro."
O quadro já não é uma imitação do mundo, que é algo que o transcende e do qual apenas pode almejar a captação de uma aparência.
Agora, o quadro refere-se a outros quadros, à pintura como sistema, e o mundo é uma conotação do próprio passado, podendo ser completamente elidido.
Pode chamar-se a isto liberdade e relacioná-la com a democracia e a situação do indivíduo, mas talvez o mais relevante seja o advento duma nova complexidade social que cortou definitivamente os laços com a Natureza.
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