sexta-feira, 11 de maio de 2012

HUMANISMO



"Erasmo, entre os iniciadores do novo humanismo da nossa era moderna, foi também o primeiro a querer racionalizar a questão da miséria sugerindo a interdição da mendicidade e da vagabundagem, e a criação de casas de trabalho forçado."

(Bruno Tardieu)



No princípio da ordem parece estar a separação e a exclusão. Mesmo nos animais, que não misturam o que comem com o que defecam.

Mas um estado menos racional do que o "Humanista" permitiria certas formas consideradas depois de promíscuas.

A utopia em germe no racionalismo - mostrou-nos o século XX - pode gerar monstros. A ordem, ou o seu excesso, voltou-se contra uma ideia do homem inspirada nos melhores exemplos do passado.

Estamos em vias, agora, de nos adaptarmos a um tipo de ordem, de "geometria variável" e mais próxima da auto-regulação dos sistemas. Mas o sistema que canonicamente corresponderia a essa definição, o mercado, revelou-se, de facto, caótico.

Estes paradoxos autorizam-nos a ser inconsequentes: queremos racionalizar sempre mais e, ao mesmo tempo,  libertar as autonomias. Excluir e incluir, correr pelos prémios e ser solidários. A perfeição da boa consciência é indexar a solidariedade aos juros da nossa conta bancária ou às nossas despesas consumísticas. E eis como se pode racionalizar o insuportável, na esteira do primeiro humanismo.

0 comentários: