O que explicará o abismo que separa o poder real e a efectiva participação
dos cidadãos americanos nas decisões que
afectam a comunidade do sentimento que todos parecem ter de que vivem na
democracia mais avançada do mundo e usufruem de incomparáveis condições
de liberdade?
Não podemos deixar de fazer esta pergunta quando vemos o destino do país confiscado por uma minoria de ultra-ricos que, depois de lançarem sobre os contribuintes do seu país e dos de outras economias, um pouco por todo mundo, os custos duma criminosa "engenharia financeira" , mantém toda a sua capacidade destruidora e a sua virulência anti-democrática.
Se somarmos a isto, a dependência em que os candidatos dos dois partidos se encontram, em relação a essa minoria rapace, para o financiamento das suas campanhas multi-milionárias, percebemos por que o voto popular já há muito tempo é apenas um ligeiro incómodo que o "big money" facilmente afasta (sem ter de "matar o presidente").
É assim que a maior preocupação do eleitorado americano sendo hoje o emprego e o estado da economia, o poder de resolver essas questões é entregue aos feiticeiros do costume que, na realidade, impõem o programa de quem lhes paga. O caso de Obama é tão exemplar da realidade do logro eleitoral e da necessidade, de cada vez, de encontrar na "maldade específica" da política a explicação 'multi-usos', que nos temos de perguntar qual é o segredo desse famoso consenso sobre um sistema cuja "lei fundamental" é esconder dos cidadãos a sua verdadeira lei.
A situação não terá uma leitura fácil, se não admitirmos que há aqui duas "realidades" distintas: a duma esfera privada alimentada pelos mitos do pioneirismo e o espaço público que se lhe tornou completamente estranho. O sentimento de liberdade dos americanos é, sem dúvida, genuíno, até o ponto em que a vida "civil" não entre em conflito com as várias formas de poder económico e político. A liberdade de expressão tem uma amplitude ainda mais notória (a sua melhor garantia é o caos e a desorganização das diferentes opiniões). A despeito da sua contínua frustração em relação à política e aos políticos, o espaço privado é considerado amplamente compensador.
Ocorre-me até um pensamento politicamente incorrecto: a dualidade a que me refiro acima não é muito diferente da que se encontrava no nosso antigo regime. Salazar só não queria que as duas realidades comunicassem. Não gostava da cidadania. E desde que os portugueses não se metessem na política, estava tudo bem.
Não podemos deixar de fazer esta pergunta quando vemos o destino do país confiscado por uma minoria de ultra-ricos que, depois de lançarem sobre os contribuintes do seu país e dos de outras economias, um pouco por todo mundo, os custos duma criminosa "engenharia financeira" , mantém toda a sua capacidade destruidora e a sua virulência anti-democrática.
Se somarmos a isto, a dependência em que os candidatos dos dois partidos se encontram, em relação a essa minoria rapace, para o financiamento das suas campanhas multi-milionárias, percebemos por que o voto popular já há muito tempo é apenas um ligeiro incómodo que o "big money" facilmente afasta (sem ter de "matar o presidente").
É assim que a maior preocupação do eleitorado americano sendo hoje o emprego e o estado da economia, o poder de resolver essas questões é entregue aos feiticeiros do costume que, na realidade, impõem o programa de quem lhes paga. O caso de Obama é tão exemplar da realidade do logro eleitoral e da necessidade, de cada vez, de encontrar na "maldade específica" da política a explicação 'multi-usos', que nos temos de perguntar qual é o segredo desse famoso consenso sobre um sistema cuja "lei fundamental" é esconder dos cidadãos a sua verdadeira lei.
A situação não terá uma leitura fácil, se não admitirmos que há aqui duas "realidades" distintas: a duma esfera privada alimentada pelos mitos do pioneirismo e o espaço público que se lhe tornou completamente estranho. O sentimento de liberdade dos americanos é, sem dúvida, genuíno, até o ponto em que a vida "civil" não entre em conflito com as várias formas de poder económico e político. A liberdade de expressão tem uma amplitude ainda mais notória (a sua melhor garantia é o caos e a desorganização das diferentes opiniões). A despeito da sua contínua frustração em relação à política e aos políticos, o espaço privado é considerado amplamente compensador.
Ocorre-me até um pensamento politicamente incorrecto: a dualidade a que me refiro acima não é muito diferente da que se encontrava no nosso antigo regime. Salazar só não queria que as duas realidades comunicassem. Não gostava da cidadania. E desde que os portugueses não se metessem na política, estava tudo bem.
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